Excluídos do café: Planejamento urbano e conflitos sociais em Londrina nas décadas de 1950 e 1960

[:pb]Nos anos 1920, um grupo empresarial de capital inglês obteve do governo paranaense a concessão para explorar comercialmente as terras do Norte do Paraná, a oeste do Rio Tibagi, até então densamente cobertas pela mata nativa e parcamente ocupadas por tribos indígenas e posseiros. Foi, então, criada a Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP), que em 1929 fundou o primeiro povoado na área colonizada, dando origem à Londrina. Menos de duas décadas depois, a cidade já se destacava como polo regional, com uma malha urbana fortemente povoada, concentrando grande parte das riquezas advindas do sucesso da cafeicultura nas terras férteis da região. Desde os primeiros anos, a propaganda veiculada pela CTNP difundia o ideal de uma terra abençoada, a "Nova Canaã" ou o "Eldorado", atraindo brasileiros e estrangeiros de diversas paragens. A história contada pela companhia glorificou esse período como uma era de pujança e de modernidade, que ainda hoje povoa o imaginário local como a "Era de Ouro". Entretanto, como mostrou a historiografia surgida no final dos anos 1980, as primeiras décadas da história da formação de Londrina e da Região Norte do Paraná não se fizeram apenas de bênçãos e de riquezas. Pobreza, marginalidade, prostituição, conflitos políticos e sociais também fizeram parte dessa história, além de disputas pela ocupação, pelo ordenamento e pelo planejamento do solo urbano. Alguns desses personagens e desses eventos estão presentes nesse livro, que revela perspectivas ainda pouco evidenciadas nas histórias que se contam sobre a cidade e a região.[:]