A Sonata de Deus e o diabolus: música, cinema e pensamento modernista
[:pb]Fazer um trabalho interdisciplinar é um desafio, ainda mais quando se trata de filmes com grande fortuna teórica: Deus e o diabo na terra do sol (1964), Terra em transe (1967) e O dragão da maldade contra o santo guerreiro (1969), de Glauber Rocha. Para isso, André Siqueira foca nas relações entre modal e tonal, entre circularidade e telos. Se a consagrada análise de Ismail Xavier considera o telos do final de Deus e o diabo, Siqueira aponta aspectos modais dos Choros n. 10, de Villa-Lobos, nesse trecho, assim como nas Bachianas Brasileiras n. 2 no começo do filme, reforçando sua circularidade. Após os capítulos sobre Deus e o diabo e O dragão da maldade, há o que Siqueira chama de “Contrapontos”, ou seja, linhas horizontais desenvolvidas conjuntamente. O primeiro traz a Semana de Arte Moderna, já que foi essencial para o pensamento de Rocha. Por sua vez, a música de Villa-Lobos, com a cultura popular estilizada, ressoa a modernização conservadora da Semana, elemento retomado nos outros dois filmes. Em Terra em transe (um Intermezzo, na concepção do autor), apesar da circularidade da montagem, o aspecto tonal das Bachianas n. 3 é associado ao telos destruidor da utopia. Já em O dragão da maldade, a música dos sertanejos (destaque-se as transcrições das letras dos pontos de Erê) representa o afastamento do tonal urbano e a possibilidade de revolução. Justamente, o dilema entre o popular e o nacional no nacionalismo no Brasil é o tema do segundo Contraponto. Um livro para aqueles interessados em Glauber Rocha, no uso da música do cinema, nos ecos da Semana de 22 e no nacionalismo na música brasileira. [:]
Correios Width | 16 |
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Correios Height | 3 |
Correios Depth | 23 |
Ano | 2022 |
ISBN | 9786589814702 |
Autor(a) | André Ricardo Siqueira |
Edição | 1 |
Editora | EDUEL |
Idioma | Português |
Ilustradora | NULL |
Tradutora | NULL |
Número de páginas | 194 |