Estes são os mestres: Eça & Graciliano

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9788578466084
 

O leitor tem nas mãos um rico estudo sobre o romance Caetés, de Graciliano Ramos, a partir da intertextualidade com a obra de Eça de Queirós. Segundo Miguel Sanches Neto, Eça teria criado, na narrativa ficcional de língua portuguesa, uma matriz humana que se manifesta em tempos e lugares distintos. Graciliano, algumas décadas depois – numa época em que dominavam os ventos do Modernismo no Brasil – reage criticamente aos excessos da geração de 1920, voltando-se para o realismo eciano e produzindo um romance (com um tema recorrente em Eça, o adultério) em que o coletivo prevalece sobre o individual e o foco recai na crítica à sociedade e ao papel de subalternidade da mulher, excluída do mercado de trabalho e dominada pelo patriarcalismo.

A obra está centrada em todo um complexo temático que se estende desde uma crítica à postura nacionalista, expressa, por exemplo, pelos modernistas de 1922, até a denúncia, presente no tratamento tanto de Eça quanto de Graciliano, de uma sociedade calcada em valores imutáveis, de ordem capitalista, instituída pelos donos do poder e respaldada por instituições corruptas.

Situando os dois autores como mestres, Sanches Neto mostra como, em seu primeiro romance, Graciliano assimilou uma série de aspectos, tanto técnicos quanto conteudísticos, decorrentes de suas leituras de Eça de Queirós, e os utilizou em sua arquitetura narrativa, construindo uma obra que, sem deixar de lado a tradição narrativa da língua portuguesa, abriu um novo filão na literatura brasileira, que poderia ser designado de o “novo romance realista”. Um exemplo bastante claro dessa questão é o uso de uma linguagem que, negando as inovações folclóricas do Modernismo da primeira fase, emprega uma língua na fronteira do gramaticalmente correto e da simplicidade do universo retratado.

Começando com a localização de Graciliano no contexto provinciano de sua cidade natal, seguida da admiração que o autor nutria pela obra de Eça, e logo enveredando pela análise dos principais romances deste escritor, com foco nos aspectos estruturais e temáticos que o aproximarão da obra do autor brasileiro, este ensaio revela como Graciliano explorou com maestria “a novidade pela desatualidade”.

Estes são os mestres é uma análise bastante original, que oferece uma importante contribuição para a fortuna crítica dos autores, em um momento em que Graciliano Ramos se chamou Eça de Queirós.

 

Mais informações
Correios Width 16
Correios Height 2
Correios Depth 23
Ano 2024
ISBN 9788578466084
Autor(a) Miguel Sanches Neto
Edição 1
Editora EDUEL
Idioma Português
Número de páginas 222
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