Decifra-me ou te devoro: museu histórico como teatro da memória

[:pb]Dos primeiros desenhos em cavernas no início da humanidade aos documentos eletrônicos da era digital, um verdadeiro “tsunami” de registros e de informações materializados nos mais diversos tipos de suportes documentais tem se acumulado sob nossos olhos. As principais instituições responsáveis pela guarda, pela preservação e pela disseminação desses registros veem-se em uma batalha inglória, incapazes e impotentes de recolher e de preservar, para as futuras gerações, parcelas significativas de todo o patrimônio cultural hoje existente. Dentre estas instituições, os museus causam grande fascínio nas pessoas. Sua importância enquanto referencial de memória e de identidade para as comunidades, sejam locais ou nacionais, geram, muitas vezes, conflitos sobre o que e por que preservar. Esse processo esconde uma luta de interesses, permeado pela divisão da sociedade em grupos sociais com interesses divergentes e que veem o espaço do museu como estratégico nos embates pela hegemonia dentro do processo de construção da memória coletiva. Este livro procura desvendar os bastidores desses conflitos na trajetória de um museu histórico. Afinal, como um museu histórico apresenta a História de uma comunidade? Quem são os escolhidos? Quem são os esquecidos? E quais as implicações dessas escolhas?[:]